segunda-feira, novembro 13, 2006

A. Viseu 1 Mangualde 2

Ac. Viseu 1
Manuel Fernandes, Fábio Santiago, Calico, Negrete, Zé Pedro, João Miguel, Emerson, Álvaro, Carlos Santos, Eduardo e Filipe Figueiredo
Substituições: Zé Pedro por Barra (45m), Álvaro por Alex (54m) e Fábio Santiago por Marcel (80m)
Suplentes não utilizados: André, Paulito, Zé Teixeira e Xinoca
Treinador: Idalino de Almeida

Mangualde 2
João Paulo, Cláudio, Luís Carlos, Cartaxo, Faria, Pedro, Miguel Ângelo, Paulito, Amílcar, Márcio e Paulo Mota
Substituições: Amílcar por Hugo (75m), Márcio por Trindade (87m) e Cláudio por Sérgio (90m)
Suplentes não utilizados: Miguel Cardoso, Lilo, Zé Manuel e Luís Lopes
Treinador: Carlos Marques

Jogo no Estádio Municipal do Fontelo,
em Viseu
Assistência: Cerca de 600 espectadores
Árbitro: Luís Pais, do Sátão
Auxiliares: José Adriano e João Paulo Frias
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Márcio (45m), Paulito (89m) e Santos (90m)
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Álvaro (34m), Filipe Figueiredo (40m), Faria (50m), Paulito (70m) e Cláudio (74m)

O Grupo Desportivo de Mangualde foi ao Fontelo vencer por 2-1, com uma exibição personalizada e convincente, perante um Académico de Viseu que entrou estranhamento nervoso e mais ficou depois de, aos dois minutos, Amílcar ter falhado o desvio para a baliza, após saída em falso de Manuel Fernandes. Este lance como que marcou a exibição da turma orientada por Idalino de Almeida.
O técnico academista apostou na mesma formação que tinha vencido o Sporting de Lamego, mas a verdade é que a equipa mostrou uma estranha apatia, nunca conseguindo a ligação entre sectores, mostrando um futebol desgarrado e sem soluções para abrir espaços na muralha defensiva contrária, bem orientada pela dupla Cartaxo/Luís Carlos, que foram reis e senhores no sector recuado visitante, onde Eduardo, Filipe e companhia raramente penetraram. O Desportivo de Mangualde foi uma equipa personalizada, solidária e matreira, pois marcou em alturas decisivas do encontro: a terminar a primeira parte e nos instantes finais da partida, com os viseenses a apontarem o tento de honra no último minuto.
Por sua vez no Académico de Viseu ficou longe da exibição produzida ante o Sporting de Lamego. A defesa mostrou insegurança, o meio campo andou perdido e disso se ressentiram as unidades do ataque. Filipe e Eduardo andaram sozinhos, sem apoio da linha média, neutralizada pela acção de Pedro, Miguel Angelo e Paulo Mota.

Lance aos dois minutos marcou o jogo

O jogo começou com a formação de Mangualde a criar a primeira ocasião de golo logo ao segundo minuto. Cláudio bateu um pontapé de canto, Manuel Fernandes a sair em falso e Amílcar desviou a bola de cabeça ao lado da baliza.
Este lance como que intimidou a formação viseense, que pareceu assustada, permitindo que a equipa orientada por Carlos Marques começasse a tomar as rédeas do jogo, facto mais evidente à passagem dos 10 minutos. Com a formação academista a tentar recompor-se, foram os mangualdenses que aos 17 minutos voltaram a criar dificuldades ao último reduto viseense, com Márcio a cruzar da direita, Amílcar saltou na pequena área, sem tocar na bola, com Miguel Ângelo, ao segundo poste, a atirar de cabeça ao lado do poste.
À passagem do minuto 20 os viseenses como que acordaram, mas só à meia hora criaram a primeira ocasião de golo, quando Calico atirou por cima, na sequência de um canto apontado na direita por Filipe Figueiredo, após alguma confusão na área mangualdense. Na melhor fase do jogo dos viseenses, a cinco minutos do intervalo, o golo esteve à vista, numa jogada corrida, após um primeiro remate de Carlos Santos foi Eduardo, na meia-lua, a disparar rente ao travessão.
Quando se esperava que o nulo se mantivesse até ao intervalo, no derradeiro minuto do primeiro tempo, Márcio em jogada individual, perante a passividade da defesa e meio campo viseense, rematou fora do alcance de Manuel Fernandes, inaugurando o marcador.
Com o intuito de dar maior pendor ofensivo à equipa, ao intervalo Idalino de Almeida tirou um trinco (Zé Pedro) e lançou um atacante (Barra). Os viseenses entraram mais agressivos na etapa complementar, mas rapidamente ficou evidente que a defesa viseense tremia cada vez que a formação visitante aparecia na área de Manuel Fernandes.
Perante a intensidade da pressão viseense a equipa mangualdense foi recuando no terreno, optando pelo contra-ataque, com Paulito e Márcio, a que se juntou mais tarde Hugo, que substituiu o estafadíssimo Amílcar, a deixarem em sentido a defesa academista.
Aos 59 minutos os viseenses tiveram uma das poucas oportunidades para chegar ao empate, quando Barra optou pelo remate cruzado em vez do passe para o interior da área, onde estavam Filipe, Barra e Eduardo.
À meia hora os viseenses detinham claro ascendente, mas era mais consentido que conseguido, pois não conseguiam ultrapassar a barreira defensiva mangualdense, onde Cartaxo e Luís Carlos eram reis e senhores, valendo-se da sua enorme experiência para suster a avalanche ofensiva dos donos da casa.
E quando os viseenses procuravam, já em desespero, o golo da igualdade, Paulito deu o golpe de misericórdia nas aspirações academistas nos minutos finais do encontro, ao apontar o segundo golo para a sua equipa. Carlos Santos ainda reduziu no último minuto, mas era tarde para a reviravolta.
No final Idalino de Almeida lamentou as oportunidades falhadas, deu aos parabéns ao adversário pela vitória, afirmando que o "mundo não acabou", pois o campeonato não terminou, nem as aspirações dos viseenses mantêm-se intactas.
Por sua vez Carlos Marques estava satisfeito com a vitória, dizendo que a sua equipa tinha sido superior ao longo de todo o encontro.
O trio de arbitragem não teve tarefa fácil, mas o balanço final é claramente positivo. O juiz do Sátão esteve sempre perto dos lances, decidindo sempre com acerto, e as reclamações que se ouviram das bancadas foram de quem está pouco atento às alterações introduzidas na lei do fora de jogo. Um ou outro erro não podem beliscar a boa actuação de Luís Pais e seus auxiliares.

José Luís Araújo


In Diário Regional de Viseu

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