"Vitória injusta em tempo de crise"
O derby da cidade de Viseu prometia um fim de tarde “quentinho” no Fontelo, contrastando com o frio que se fez sentir, no entanto, o jogo pouco teve para mostrar, destacando-se essencialmente a postura corajosa do Viseu Benfica frente à tremida equipa academista.
A primeira oportunidade do jogo foi para os da casa. Aos 2 minutos, Carlos Santos de livre ao segundo poste, obriga Guilherme a intervenção aplicada, surgindo depois Amarildo que a dois tempos não consegue marcar o primeiro da partida.
À passagem dos 7 minutos surgiu a jogada que decidiu o jogo. Uma atrapalhação entre o nervoso Guilherme e o defesa Ângelo fez com que a bola entrasse na baliza dos forasteiros, para alegria dos muitos adeptos no Fontelo. Filipe Figueiredo ainda entra no lance, mas ao que tudo indica foi mesmo o auto-golo de Ângelo que marcou a desvantagem para o Viseu Benfica.
Mas com uma excelente atitude e postura, os homens ao comando de José Chaves não se deram logo por vencidos e assumiram o jogo. Coquinho, pela direita do ataque, revelou-se uma grande dor de cabeça para a defesa do Académico. Aos 12 minutos, o brasileiro, isolado, atirou à barra, naquele que podia ter sido o lance do empate. Na sequência do canto, uma vez que Manuel Fernandes ainda tocou na bola, Luís Paulo, solto de marcação cabeceou ao lado, perdendo assim mais uma bela oportunidade para empatar a partida.
Enquanto o Viseu Benfica evoluía no terreno de jogo e tentava a todo o custo chegar à igualdade, o Ac.Viseu mantinha-se ligeiramente submisso, chegando só a espaços à baliza contrária, onde Guilherme, o jovem guarda-redes, se mostrava pouco seguro e muito nervoso, talvez pelo peso da responsabilidade de ter de substituir Chambel, dono da posição. E foi numa dessas escassas incursões no ataque que surgiu uma boa oportunidade para o Ac.Viseu chegar ao 2-0. Filipe Figueiredo, de primeira já dentro da área, rematou forte e colocado, mas a bola passou ligeiramente por cima da barra da baliza do Viseu Benfica.
Mais tarde, aos 43 minutos, um dos melhores do Académico, Filipe F., volta a pôr a nu o nervosismo do guardião contrário, após um remate de longe que Guilherme teve algumas dificuldades para segurar. Mas seria o Viseu Benfica a estar mais perto do empate novamente. Em cima do intervalo, Coquinho, mais uma vez isolado, tentou o chapéu a Manuel Fernandes, mas este conseguiu evitar o pior com a ponta dos dedos, segurando a bola logo de seguida. O intervalo chegou com a vantagem academista, um resultado que não espelhava o que se passava em campo.
A segunda parte mostrou a capacidade que a jovem equipa do Viseu Benfica pode ter quando se joga com cabeça. Perante um académico frágil, desconectado entre sectores, confuso, os homens do “estádio ao lado” dominaram por completo, ficando a lamentar apenas alguma falta de sorte pelas oportunidades perdidas ao longo de todo o jogo. Neste segundo tempo é de destacar o primeiro remate aos 47 minutos, onde Luís Paulo, sozinho na esquerda rematou cruzado mas para fora. Mais uma vez em evidência a fragilidade da defesa academista.
Mas o segundo tempo ficaria marcado pela grande confusão dos 65 minutos. O árbitro deixa passar uma falta sobre um homem do Viseu Benfica e logo de seguida outra sobre um academista. Os ânimos aqueceram e houve ainda alguma troca de “mimos” entre os jogadores mas valeu a rapidez de intervenção do fiscal de linha Duarte Pinheiro já que Luís Ramos preferiu acomodar-se a ver a “pancada” do que tentar minimizar “estragos”. A situação amainou e nem se mostraram cartões.
Depois seguiu-se a expulsão de Barra, que havia entrado aos 59 minutos. O jogador academista só esteve 25 minutos em campo tendo visto o segundo amarelo aos 74m. Tanto no primeiro como no segundo amarelo, revelou-se um grande preciosismo do árbitro, que teve a displicência de expulsar um jogador com apenas duas faltas cometidas, e sem grande teor de agressividade. Um erro de análise que podia ter tido maior influência no jogo.
Até final pouco mais se viu. Apenas m “pressing” final do Viseu Benfica, com Manuel Fernandes muito seguro na baliza contrária, a sacudir a pressão.
A registar, no entanto, nos minutos finais, uma boa oportunidade para o Académico matar o jogo. Carlos Santos aparece ao primeiro poste a rematar mas valeu o corte providencial do defesa contrário a evitar uma derrota mais pesada.
Uma vitória academista injusta na medida em que pelo futebol praticado, pela postura em campo, e pelo certo domínio que incutiu no jogo, o Viseu Benfica merecia no mínimo o empate.
Quanto à arbitragem de Luís Ramos foi bastante positiva, tendo saído beliscada com um ou outro erro de interpretação na segunda metade de jogo.
No final, em entrevista, José Chaves, técnico do Viseu Benfica, considerou o resultado injusto e que o Viseu Benfica merecia ter vencido o jogo. Quanto a Idalino Almeida mostrou-se satisfeito com o resultado mas nem tanto com a exibição. Contudo, registou que venceu a equipa mais feliz, a que conseguiu marcar, e deixou os votos para que o Viseu Benfica se mantenha na Divisão de Honra, já que é uma equipa com carácter e argumentos.
Ficha de Jogo:
Ac.Viseu 1
- Manuel Fernandes, Calico, José Pedro, Marcos, Filipe Figueiredo, Xinoca, Carlos Santos, Álvaro, João Miguel, Eduardo e Amarildo.
Substituições: Álvaro por Barra (59m), Amarildo por Fábio Santiago (78m) e Filipe Figueiredo por Zé Teixeira (91m).
Suplentes não utilizados: André Maló, Alex, Bruno e Tó Mané.
Treinador: Idalino Almeida.
Viseu Benfica 0
- Guilherme, Nuno, Márcio, Albuquerque, Serafim, Nando, Ângelo, Pedro Rocha, Coquinho, Zé Alfredo e Luís Paulo.
Substituições: Luís Paulo por Dani (51m), Nando por Fabiano (75m) e Ângelo por Rui (82m).
Suplentes não utilizados: João, Zé Pedro, Abner e Oliveira.
Treinador: José Chaves.
Jogo no Estádio Municipal do Fontelo, em Viseu
Assistência: cerca de 700 espectadores
Árbitro: Luís Ramos (Viseu)
Auxiliares: Duarte Pinheiro e Carlos Pereira.
Resultado ao Intervalo: 1-0
Marcadores: Ângelo (7m p.b.)
Acção Disciplinar: Cartão Amarelo para Xinoca (40m), Barra (60 e 74m), Albuquerque (70m) e Calico (79m). Cartão vermelho por acumulação para Barra (74m).
Vitor Ramos
O derby da cidade de Viseu prometia um fim de tarde “quentinho” no Fontelo, contrastando com o frio que se fez sentir, no entanto, o jogo pouco teve para mostrar, destacando-se essencialmente a postura corajosa do Viseu Benfica frente à tremida equipa academista.
A primeira oportunidade do jogo foi para os da casa. Aos 2 minutos, Carlos Santos de livre ao segundo poste, obriga Guilherme a intervenção aplicada, surgindo depois Amarildo que a dois tempos não consegue marcar o primeiro da partida.
À passagem dos 7 minutos surgiu a jogada que decidiu o jogo. Uma atrapalhação entre o nervoso Guilherme e o defesa Ângelo fez com que a bola entrasse na baliza dos forasteiros, para alegria dos muitos adeptos no Fontelo. Filipe Figueiredo ainda entra no lance, mas ao que tudo indica foi mesmo o auto-golo de Ângelo que marcou a desvantagem para o Viseu Benfica.
Mas com uma excelente atitude e postura, os homens ao comando de José Chaves não se deram logo por vencidos e assumiram o jogo. Coquinho, pela direita do ataque, revelou-se uma grande dor de cabeça para a defesa do Académico. Aos 12 minutos, o brasileiro, isolado, atirou à barra, naquele que podia ter sido o lance do empate. Na sequência do canto, uma vez que Manuel Fernandes ainda tocou na bola, Luís Paulo, solto de marcação cabeceou ao lado, perdendo assim mais uma bela oportunidade para empatar a partida.
Enquanto o Viseu Benfica evoluía no terreno de jogo e tentava a todo o custo chegar à igualdade, o Ac.Viseu mantinha-se ligeiramente submisso, chegando só a espaços à baliza contrária, onde Guilherme, o jovem guarda-redes, se mostrava pouco seguro e muito nervoso, talvez pelo peso da responsabilidade de ter de substituir Chambel, dono da posição. E foi numa dessas escassas incursões no ataque que surgiu uma boa oportunidade para o Ac.Viseu chegar ao 2-0. Filipe Figueiredo, de primeira já dentro da área, rematou forte e colocado, mas a bola passou ligeiramente por cima da barra da baliza do Viseu Benfica.
Mais tarde, aos 43 minutos, um dos melhores do Académico, Filipe F., volta a pôr a nu o nervosismo do guardião contrário, após um remate de longe que Guilherme teve algumas dificuldades para segurar. Mas seria o Viseu Benfica a estar mais perto do empate novamente. Em cima do intervalo, Coquinho, mais uma vez isolado, tentou o chapéu a Manuel Fernandes, mas este conseguiu evitar o pior com a ponta dos dedos, segurando a bola logo de seguida. O intervalo chegou com a vantagem academista, um resultado que não espelhava o que se passava em campo.
A segunda parte mostrou a capacidade que a jovem equipa do Viseu Benfica pode ter quando se joga com cabeça. Perante um académico frágil, desconectado entre sectores, confuso, os homens do “estádio ao lado” dominaram por completo, ficando a lamentar apenas alguma falta de sorte pelas oportunidades perdidas ao longo de todo o jogo. Neste segundo tempo é de destacar o primeiro remate aos 47 minutos, onde Luís Paulo, sozinho na esquerda rematou cruzado mas para fora. Mais uma vez em evidência a fragilidade da defesa academista.
Mas o segundo tempo ficaria marcado pela grande confusão dos 65 minutos. O árbitro deixa passar uma falta sobre um homem do Viseu Benfica e logo de seguida outra sobre um academista. Os ânimos aqueceram e houve ainda alguma troca de “mimos” entre os jogadores mas valeu a rapidez de intervenção do fiscal de linha Duarte Pinheiro já que Luís Ramos preferiu acomodar-se a ver a “pancada” do que tentar minimizar “estragos”. A situação amainou e nem se mostraram cartões.
Depois seguiu-se a expulsão de Barra, que havia entrado aos 59 minutos. O jogador academista só esteve 25 minutos em campo tendo visto o segundo amarelo aos 74m. Tanto no primeiro como no segundo amarelo, revelou-se um grande preciosismo do árbitro, que teve a displicência de expulsar um jogador com apenas duas faltas cometidas, e sem grande teor de agressividade. Um erro de análise que podia ter tido maior influência no jogo.
Até final pouco mais se viu. Apenas m “pressing” final do Viseu Benfica, com Manuel Fernandes muito seguro na baliza contrária, a sacudir a pressão.
A registar, no entanto, nos minutos finais, uma boa oportunidade para o Académico matar o jogo. Carlos Santos aparece ao primeiro poste a rematar mas valeu o corte providencial do defesa contrário a evitar uma derrota mais pesada.
Uma vitória academista injusta na medida em que pelo futebol praticado, pela postura em campo, e pelo certo domínio que incutiu no jogo, o Viseu Benfica merecia no mínimo o empate.
Quanto à arbitragem de Luís Ramos foi bastante positiva, tendo saído beliscada com um ou outro erro de interpretação na segunda metade de jogo.
No final, em entrevista, José Chaves, técnico do Viseu Benfica, considerou o resultado injusto e que o Viseu Benfica merecia ter vencido o jogo. Quanto a Idalino Almeida mostrou-se satisfeito com o resultado mas nem tanto com a exibição. Contudo, registou que venceu a equipa mais feliz, a que conseguiu marcar, e deixou os votos para que o Viseu Benfica se mantenha na Divisão de Honra, já que é uma equipa com carácter e argumentos.
Ficha de Jogo:
Ac.Viseu 1
- Manuel Fernandes, Calico, José Pedro, Marcos, Filipe Figueiredo, Xinoca, Carlos Santos, Álvaro, João Miguel, Eduardo e Amarildo.
Substituições: Álvaro por Barra (59m), Amarildo por Fábio Santiago (78m) e Filipe Figueiredo por Zé Teixeira (91m).
Suplentes não utilizados: André Maló, Alex, Bruno e Tó Mané.
Treinador: Idalino Almeida.
Viseu Benfica 0
- Guilherme, Nuno, Márcio, Albuquerque, Serafim, Nando, Ângelo, Pedro Rocha, Coquinho, Zé Alfredo e Luís Paulo.
Substituições: Luís Paulo por Dani (51m), Nando por Fabiano (75m) e Ângelo por Rui (82m).
Suplentes não utilizados: João, Zé Pedro, Abner e Oliveira.
Treinador: José Chaves.
Jogo no Estádio Municipal do Fontelo, em Viseu
Assistência: cerca de 700 espectadores
Árbitro: Luís Ramos (Viseu)
Auxiliares: Duarte Pinheiro e Carlos Pereira.
Resultado ao Intervalo: 1-0
Marcadores: Ângelo (7m p.b.)
Acção Disciplinar: Cartão Amarelo para Xinoca (40m), Barra (60 e 74m), Albuquerque (70m) e Calico (79m). Cartão vermelho por acumulação para Barra (74m).
Vitor Ramos
in http://www.visfutmagazine.blogspot.com/
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