segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Divisão de Honra: A. Viseu 1 Tarouquense 0

Golo polémico deu 3 pontos ao Ac.Viseu


O jogo entre Ac.Viseu e Tarouquense previa-se interessante, mas acabou por defraudar as expectativas, já que apenas na primeira metade se vislumbrou um pouco de bom futebol. O 1º tempo mostrou, de resto, a superioridade técnica e táctica do Académico, que cedo começou a rondar com perigo a baliza de Márcio. Logo aos 10 minutos, Negrete, ao segundo poste, tentou o chapéu mas a bola passou por cima da barra. Mais tarde, aos 15’, foi a vez de Zé Pedro mostrar aquilo que não se deve fazer, ao rematar de primeira numa situação em que estava sozinho junto ao 2º poste, enviando a bola direitinha para fora. Mas a ineficácia ofensiva do Ac.Viseu teimava em marcar terreno, e aos 25 minutos foi novamente Negrete quem, à boca da baliza, atirou muito alto, qual corte em antecipação de um verdadeiro defesa contrário. Melhor não conseguiu fazer Filipe Figueiredo, que aos 31 minutos atirou forte mas à figura de Márcio que só teve de socar para fora. O intervalo rapidamente chegou com o Ac.Viseu a lamentar-se das tantas oportunidades falhadas. Quanto ao Tarouquense, nos primeiros 45 minutos, pouco ou nada fez junto da baliza de Manuel Fernandes, onde só chegou com perigo através de lances de bola parada, e mesmo assim muito mal aproveitados.
Na segunda parte o ritmo de jogo caiu drasticamente, muito por causa do verdadeiro “anti-jogo” que os visitantes quiseram fazer. O Académico caiu na “cantiga” e deixou-se adormecer, ficando largos períodos sem criar “trabalho” a Márcio. Contudo, aos 58 minutos, João Miguel apareceu isolado no ataque academista e quando tentava passar pelo guardião de Tarouca caiu, o que de imediato provocou protestos dos da casa que pediam penalty. O árbitro não “atendeu” o pedido e muito bem, pois mais parece que João Miguel procura o contacto do que outra coisa.
Enquanto o Tarouquense se encolhia, os academistas tentavam crescer em campo, e já com Amarildo no relvado criaram mais uma boa situação de perigo. Amarildo centrou para Eduardo mas este não rematou de primeira, “perdendo-se” com a bola e acabando por permitir o corte fácil.
O “caso” do encontro estava reservado para os 75 minutos. Com o Académico no ataque, a defesa forasteira corta a primeira vaga, mas um novo passe coloca a bola nos pés de Negrete que de imediato introduz a bola na baliza contrária. O árbitro de imediato assinalou fora-de-jogo mas o auxiliar Gonçalo Araújo manteve sempre a bandeirola no “chão”. Após consulta ao auxiliar, Pedro Saraiva acabou por validar o golo a Negrete, o primeiro e único da tarde para o Ac.Viseu. Sinceramente, da posição onde nos encontrávamos pareceu-nos um lance irregular, mas fica o benefício da dúvida para o auxiliar que estava bem melhor posicionado.
Após este lance, a formação de Tarouca desorientou-se, e logo um minuto depois o Académico podia ter aumentado o marcador, caso João Miguel tivesse acertado na bola quando esta lhe veio ter aos pés, numa situação em que o academista aparecia de trás sem marcação.
Mas o regabofe do jogo estava para vir. À passagem do minuto 80, numa correria endiabrada, Amarildo isolou-se perante Márcio, mas sem a bola controlada. O guardião do Tarouca, que podia agarrar a bola, preferiu ir lá com os pés e deu uma autêntica “chutada” na atmosfera. Amarildo passa por ele e fica sozinho para carimbar o golo sem qualquer jogador por perto. Pois meus amigos, Amarildo rematou com violência e sem pontaria, acertando em cheio no poste esquerdo da baliza de Márcio. É caso para perguntar, onde anda a qualidade Amarildo?!
O jogo não acabou sem a expulsão de um homem do Tarouquense. Gil fez uma entrada dura sobre Filipe Figueiredo e viu o vermelho directo, algo exagerado diga-se.
O Ac.Viseu consolidou a vitória por 1-0 e mantém-se na luta pela subida, enquanto o Tarouquense deu uma amostra fraquinha daquilo que na realidade pode fazer neste campeonato.
Em nota final, registar as declarações polémicas de ambos os treinadores. Idalino de Almeida reagiu às recentes declarações do treinador do Lamego desta forma: “O treinador do Lamego anda-se sempre a queixar das arbitragens, e a ver fantasmas por todo o lado, até escutas telefónicas, e assim. Ele tem é que estar tranquilo, coisa que parece não estar. Parece que ele anda aí com invenções e escutas ali e acolá para saber algo que ninguém sabe. Portanto ele que esteja tranquilo e preocupado com a equipa dele…”.
Já o treinador do Tarouca queixou-se de uma agressão do massagista Idálio, do Ac.Viseu, a ele próprio e quanto à arbitragem disse tão-somente o seguinte: “Os auxiliares estavam controlados pelo Ac.Viseu […] Esta equipa do Académico não tem categoria para subir, e não o vai conseguir, nem sequer com arbitragens destas”

Ficha de Jogo:

Ac.Viseu 1
- Manuel Fernandes, Marcos, Calico, Negrete, Álvaro, João Miguel, Zé Pedro, Zé Teixeira, Carlos Santos, Eduardo e Filipe Figueiredo.
Substituições: Zé Teixeira por Amarildo (56’), João Miguel por Xinoca (81’) e Álvaro por Barra (89’).
Suplentes não utilizados: André, Simões, Mickael e Bruno Morais.
Treinador: Idalino de Almeida.


Tarouquense 0
- Márcio, Jorge, Zé Manel, Abílio, João, Monteiro, Ferraz, Diogo, Julinho, Adriano e Gil.
Substituições: Diogo por Carlitos (66’) e Ferraz por Luís (80’).
Suplentes não utilizados: Marco e Valério.
Treinador: João Valente.

Jogo no Estádio Municipal do Fontelo, em Viseu
Assistência: cerca de 250 espectadores
Árbitro: Pedro Caçador Saraiva (Viseu)
Auxiliares: Ricardo Lopes e Gonçalo Araújo.
Resultado ao Intervalo: 0-0.
Marcadores: Negrete (75’)
Acção Disciplinar: Cartão Amarelo para Abílio (37’), Álvaro (55’), Márcio (71’), Julinho (76’), Calico (77’) e Xinoca (86’). Cartão vermelho directo para Gil (92’).

Vitor Ramos (Vis Fut Magazine)

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