terça-feira, outubro 23, 2007

O Massagista Aconselha Nº21

A Rubrica " O Massagista Aconselha" é semanal, sendo publicada às terças feiras. Esta rubrica só é possível graças a uma colaboração com o Sr. João Carlos Matos do Vale e com o seu blog O Massagista.

Fracturas de fadiga ou fracturas de stress

As fracturas de fadiga ocorrem com alguma frequência devido a repetidas cargas sobre o esqueleto durante longos períodos sendo por norma precedidos de periostites.

Causas

As fracturas de fadiga podem ocorrer em corridas de longa distância (exº 10.000 metros ou maratona) devido à constante repetição de cargas normais, mas aplicadas a uma elevada frequência.
Podem ocorrer igualmente se acontecer o inverso no caso de haver uma pesada carga e se a frequência for normal (exº fazer 100 metros com uma pessoa às costas – exercício muitas vezes visto nos treinos de futebol) ou ainda, haver muita carga e uma elevada frequência (exº treinos intensivos com pesos).
Esta última situação afigura-se como a mais perigosa de todas, uma vez que para além do risco real de provocar fracturas de fadiga, podem também ser sobrecarregados outros tecidos musculo-tendinosos.
Os atletas que tenham diferentes comprimentos dos membros inferiores, estão mais predispostos para a ocorrência desta lesão.
Também os atletas que fazem mais do que 100Km de corrida por semana e os basquetebolistas estão mais predispostos.
É um tipo de lesão muito comum em jovens atletas e em mulheres com distúrbios menstruais e alimentares, bem assim como em mulheres que tomem a pílula anti-concepcional.
No que concerne à origem das fracturas de fadiga existem duas correntes que teorizam das seguintes formas:
Teoria da Fadiga – Segundo os defensores desta teoria, após muito esforço, os músculos deixam de ter a capacidade de suportar as forças, passando estas a ser directamente suportadas pelo esqueleto. Finalmente a resistência é excedida e aparece a fractura. Este tipo de acontecimento pode ser observado por todos nós ao dobrar-mos repetitivamente um clip. Ao fim de algum tempo ele vai ceder e quebrar.
Teoria da Sobrecarga – Teoriza que certos grupos musculares se contraem de tal forma que leva o osso a curvar, levando à sua fractura. No caso específico dos gémeos, ao contraírem-se leva a que a tíbia se curve. Após repetidas curvaturas surge a fractura do osso.

No entanto, desengane-se quem pensar que as fracturas de stress, só acontecem aos atletas. Estas, podem acontecer a qualquer pessoa. Porém, os atletas com treinos inadequados, estão mais sujeitos ao aparecimento de fracturas de fadiga.
 Em termos percentuais quanto à incidência de fracturas de stress, temos:
Tíbia – 44 a 50%
 Perónio – 12 a 16%
 Ossos metatársicos – 16 – 20%
 Fémur – 6 a 8%
O calcâneo, o úmero, a pélvis e as vértebras, são menos frequentemente afectadas.
Um dos locais mais complicados onde podem ocorrer fracturas de stress é no colo do fémur, pois estas lesões requerem por norma tratamento cirúrgico e uma recuperação muito demorada.
Sintomatologia
Inicialmente a dor surge só com o esforço. Após algum tempo surge também durante o repouso. Dor, hematoma e sensibilidade na zona da fractura. Em todos os casos deve-se recorrer aos exames complementares de diagnóstico, nomeadamente a ressonância magnética, os ultrasons e o Rx.

Tratamento
Manter a região lesada em repouso, por um período de duas a oito semanas, dependentes da gravidade da lesão.
Condicionamento do exercício físico em geral.
Após o período de repouso, retomar de forma gradual a actividade física.
É aconselhado o uso de muletas (canadianas) de forma a evitar a sobrecarga da região lesionada.

Prevenção

Os factores de risco devem ser analisados e eliminados de forma a prevenir e evitar o aparecimento de fracturas de fadiga.
A metodologia de treino deve ser avaliada por todos os intervenientes (atletas, técnicos e departamento médico). Deve-se dar especial atenção aos equipamentos (terreno de jogo inclusive) e ao calçado usado pelo atleta.
Nas mulheres observar cuidadosamente os distúrbios menstruais, a baixa densidade óssea e os problemas nutricionais.

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