terça-feira, abril 22, 2008

Entrevista a Ricardo Lopes, Presidente do Mangualde

O Blog Futebol Distrito de Viseu apresenta hoje a entrevista com Ricardo Lopes, jovem Presidente do Grupo Desportivo de Mangualde, que no passado sábado conquistou a Taça Sócios de Mérito.


Futebol Distrito de Viseu: O que sentiu o presidente do Mangualde com o regresso do histórico Mangualde às conquistas seniores?
Ricardo Lopes: Foi uma alegria enorme. Desde 1995, ainda com orientação técnica do falecido Armando Sousa que o GDM havia conquistado este troféu pela ultima vez. É um marco histórico e espero que seja o ponto de partida para outras conquistas ainda esta época, nomeadamente o campeonato distrital de Juniores e Iniciados.

FDV: O que achou da arbitragem de Luís Caetano?
RL: Considero o Sr. Luís Caetano um dos melhores árbitros da A.F.V. Esteve à altura do jogo, dignificou a classe e sobretudo mostrou que também ao nível da arbitragem estamos a evoluir positivamente. Está de parabéns também o Sr. Isidoro Rodrigues pelo trabalho meritório que tem desenvolvido ao nível da formação.

FDV: Uma vez mais a final realizou-se no Fontelo. Muitos defendem que a final deveria ser aí sempre disputada. O que pensa o Ricardo?
RL: Embora existam outros excelentes recintos desportivos, como Tondela por exemplo, também sou de acordo que a final continue a ser disputada no Fontelo. O Estádio do Fontelo, palco outrora de grandes jogos, merece receber esta competição e ainda é um marco na carreira de muitos atletas jogarem aí.

FDV: Apesar do mau tempo, ainda existia um bom número de Mangualdenses no Fontelo. Pensa que a cidade se deveria mobilizar mais no apoio ao clube?
RL: A Cidade afastou-se do Clube por culpa exclusivamente dos Directores que por cá passaram. O descrédito e anarquia foi total. É perfeitamente compreensível que as pessoas se afastem quando os dirigentes não lhes expiram confiança. Hoje, e à custa de muito trabalho e de muitas rupturas já começamos a assistir a uma aproximação. A cidade de Mangualde merece um Clube forte e credível e é para isso que eu e a minha Direcção estamos a trabalhar. Mas o nosso trabalho por si só não basta. É preciso mudar a politica desportiva do Concelho, traçando prioridades de acordo com as necessidades dos Clubes e das Colectividades e não apenas em função da “caça ao voto” como actualmente sucede. Há que dotar os Clubes com instrumentos que lhes permitam um desenvolvimento sustentado e de acordo com os seus praticantes. Quando isto for conseguido, haverá decerto mais dinâmica e mobilização dos Mangualdenses.

FDV: Com o campeonato a terminar como analisa a época do GD. Mangualde?
RL: Tinha traçado o objectivo da subida de divisão. Assumi-o perante o grupo de trabalho e perante a comunicação social. Não vou agora ser hipócrita e dizer que a época foi boa. Falhámos esse objectivo e temos que ter a frontalidade de o reconhecer. Perdemos muitos pontos em casa, muitas das vezes nos descontos e com vantagem numérica e esses erros valem campeonatos.
Até à recepção ao Pesqueira acreditava que poderia subir de divisão. Veja-se a quantidade de pontos que as equipas da frente perderam nestas jornadas. Estando afastados do título, esperamos alcançar um lugar no pódio, o que igualaria a classificação da época passada.


FDV: Pensou-se que a decisão de troca de treinadores poderia causar problemas, mas neste momento parece mais que acertada a aposta em Jorge valente. O que o levou a tomar essa decisão?
RL: Até à data o único erro foi a aposta no Carlos Marques. A sucessão deste fez-se com a entrada do Prof. João Bento, com o qual me identifico na forma de estar na vida e no desporto. Se não tivesse pedido para sair ainda hoje e independentemente dos resultados desportivos seria o treinador do GDM.
O Jorge Valente foi meu treinador nos escalões de formação. É uma pessoa íntegra, com enormes capacidades técnicas e humanas. Foi uma aposta pessoal, arriscada porque nunca tinha treinado clubes com a dimensão do GDM mas revelou-se acertada e os resultados falam por si. Tem total confiança da minha Direcção e até Maio de 2009, término do meu mandato será ele o treinador.


Futuro:

FDV: O Mangualde venceu esta época a Taça e vai terminar nos primeiros lugares do campeonato. Tem o Mangualde possibilidades de lutar pela promoção aos nacionais na próxima época?
RL: O GDM é e será sempre candidato à subida de divisão, independentemente de quem estiver ou dos orçamentos. Um Clube com este historial e prestígio na Região deve ser sempre candidato. Para a próxima época não iremos fugir à regra e vamos assumir desde o primeiro momento a subida aos nacionais. Daremos ao grupo de trabalho entretanto construído, todas as condições para lutar pela promoção, sem no entanto hipotecarmos o futuro do Clube.

FDV: Qual será o objectivo principal? As vertente financeira ou desportiva? Não pode a financeira inviabilizar a desportiva?
RL: As duas vertentes devem estar em sintonia. É este o lema da minha Direcção. Uma aposta forte, meramente ao nível desportivo não significa obrigatoriamente êxitos desportivos. O futebol não é uma ciência exacta, não podemos prever o resultado final. Ao nível financeiro podemos prever lucros ou prejuízos, em função da política desportiva que adoptarmos. O GDM vai lutar pela subida, com um orçamento realista e à medida das possibilidades do Clube. Não podemos investir apenas na equipa sénior, já que este clube é formado por quase duas centenas de atletas distribuídos por 7 escalões. Seria um erro estratégico a obtenção de êxito no escalão sénior, hipotecando o futuro das gerações vindouras.

FDV: Como está a situação financeira do Mangualde?
RL: Orgulho-me de dizer que o GDM é actualmente um Clube com as contas equilibradas, cumpridor das suas obrigações. Em Março passado, aquando da apresentação do Relatório de Gestão de 2007, apresentamos uma diminuição do passivo em cerca de 80%, o que corrobora o acerto nas regras de gestão do Clube. Em Junho do corrente ano o passivo do Clube rondará os dez mil euros, pelo que nas nossas perspectivas no final presente mandato, o Clube deixará de ter passivo.
O Desportivo viveu muitos anos acima das possibilidades e isso fez com que estivesse perto de fechar portas. Foi difícil encontrar o caminho, mudar mentalidades, romper com pessoas que punham os interesses pessoais acima dos interesses do Clube. Isso, por muito que custe a alguns acabou e com a alteração estatutária que queremos implementar, não se voltará a repetir. Estão criadas bases sólidas para fazer com que o GDM volte rapidamente a ocupar o patamar de destaque no panorama desportivo da Região.


FDV: Já prepara a próxima época? O treinador e o plantel serão para manter?
RL: Como disse anteriormente, o Jorge Valente vai continuar como treinador do Clube. Ao nível do plantel sénior iremos continuar com uma aposta na formação integrada dos atletas oriundos da formação. Vamos manter os atletas que ao longo da época foram íntegros, que lutaram em prol do Clube e dispensaremos quem não está neste grupo “de corpo e alma”. As aquisições serão feitas em função de vários aspectos (desportivos, humanos, económicos) e terão obrigatoriamente de constituir mais valias. Estão identificados alguns atletas, outros já estão contratados. Até ao final do presente campeonato teremos o plantel da próxima época completamente definido.

O Futebol Distrito de Viseu agradece a disponibilidade de Ricardo Lopes felicitando-o uma vez mais pela conquista da Taça e desejando-lhe felicidade para o futuro.

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