O Blog Futebol Distrito de Viseu apresenta hoje a entrevista com João Bento, treinador que terminou a época no Tondela.
Nome completo: João Paulo Bento Ferreira
Data de Nascimento: 01 de Outubro de 1972
Naturalidade: Viseu
Clube favorito: S.L. Benfica
Jogor(es) preferidos: Manuel Bento
Táctica que mais gosta: A que melhor potencia a qualidade individual dos jogadores
Historial:
Jogador:
Como jogador representei o Clube de Futebol "Os Repesenses" em toda a
minha formação depois de ter sido campeão distrital nos infantis(então disputado num campeonato organizado pela DGD) pelo
Gumirães e representado a selecção de Viseu no extinto projecto
Nordeste.
Como sénior representei a Associação "Os Vouzelenses", o
G.D.C.R. Canas de Senhorim (somente a pré-época), e U.D. Sampedrense.
Treinador:
1995/96- U.D. Sampedrense (treinador adjunto na 1ª distrital) e GDCR
Paradinha (treinador Juvenis)- Subida à 3º Divisão Nacional
1996/97- U.D. Sampedrense (treinador adjunto na 3ª divisão nacional) e
GDCR Paradinha (treinador Juvenis)
1997/98- GDCRS Lamas (Adjunto) e GD Santacombadense (treinador no
nacional de Iniciados)- Manuntenção no nacional de Iniciados
1998/99- UD Sampedrense (treinador principal 1ª divisão distrital)
1999/2000 e 2000/01- GD Santacombadense (treinador principal 1ª
divisão distrital) - vencedor taça sócios de mérito A.F. Viseu
2001/2002- UD Sampedrense (treinador principal 1ª divisão distrital)-
2º classificado e vencedor da taça sócios de mérito da A.F. Viseu
2002/2003- UD Sampedrense (treinador principal 1ª divisão distrital) e
AD Sátão (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª
divisão nacional
2003/04- AD Sátão e GD Santacombadense (treinador principal 3ªdivisão
nacional)- Manutenção na 3ª divisão nacional
2004/05- GD Mangualde e CD Tondela (treinador principal 1ª divisão
distrital)- Campeão Distrital da AF VIseu e Vencedor da taça sócios de
mérito da AF Viseu
2005/2006- CD Tondela- (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª Divisão Nacional
2006/2007- UD Seia (entretanto desistiu da participação no campeonato)
e FC Oliveira do Hospital - (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª Divisão Nacional.
2007/08- GD Mangualde e CD Tondela - (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª Divisão Nacional
Mangualde
Futebol Distrito de Viseu: Tal como em 2004/05 também esta época esteve pouco em Mangualde e curiosamente para sair novamente para o Tondela? Como foi gerido todo este processo e como ficou a sua relação com o Mangualde?
João Bento: Foram dois processos distintos. Na época 2004/05 depois de 15 dias à frente do Desportivo de Mangualde, convidado para tentar relançar o clube na rota da subida de divisão, fui dispensado pelo então presidente sr. Norberto Albuquerque, por não ter confirmado as condições que me haviam sido inicialmente propostas e por o clube abdicar de lutar pelos lugares cimeiros da classificação geral tendo não só saído eu do clube como tendo sido dada liberdade a todos os atletas para procurarem novo clube, o que alguns acabaram por fazer.
Nesta época de 2007/08 depois do honroso convite que recebi do prof. Ricardo, presidente do Desportivo e do eng. Patrício presidente da Assembleia Geral do mesmo clube, estive cerca de 1 mês à frente do clube, conseguindo uma das grandes vitórias da minha carreira desportiva que foi colocar em plano de entendimento os atletas e a direcção num aspecto meramente burocrático mas que quase colocava em causa, naquele momento, o futuro imediato do clube, mas não cedi, depois de confrontar o prof. Ricardo, o eng. Patrício e o sr. Manuel Cadete, ao convite que me foi feito pelo presidente do Tondela, sr. Gilberto Coimbra, que apelando ao meu coração acabou por me fazer mudar para o Desportivo de Tondela.
Com as pessoas que referi e com os atletas, pela lisura, seriedade e abertura que demonstrei em todo este processo, estou certo que a minha relação acabou por sair mais fortalecida do que quando entrei pois lidei com todas essas pessoas (fantásticas!!!) durante 1 mês maravilhoso!
FDV: Após estas duas saídas, sente que tem condições para no futuro representar o Grupo Desportivo de Mangualde como treinador da equipa sénior? Sente que poderá ser bem recebido pelos adeptos?
JB: Os adeptos no Desportivo de Mangualde e em qualquer outro clube querem o melhor para a sua colectividade. Não tendo dúvidas que numa determinada facção poderá haver alguns ressentimentos, somente me preocupei e preocupo em defender a minha imagem perante aqueles que directamente lidam comigo: directores , equipa médica e jogadores. Com esses, estou certo!, sinto que tenho todas as condições para, quando eles o entenderem, voltar a ter o enorme privilégio de ser o treinador sénior do Desportivo de Mangualde
FDV: Continuando liga à formação do GDM como viu a época desportiva dos escalões de formação? Existem valores para singrar nos seniores e até noutros clubes dos Nacionais?
JB: Não tendo qualquer intervenção directa nos escalões de formação do clube, acompanhei com muita atenção a época desportiva dos escalões de formação do Desportivo e garanto que já no imediato o clube pode formar atletas e Homens com capacidade para singrar ao mais alto nível (distrital e nacional) do nosso futebol, não só pela qualidade das instalações e do projecto do clube, mas também pela imensa qualidade dos técnicos que se encontram no comando destes atletas que fizeram, ganhando ou não os seus campeonatos, um trabalho fabuloso.
Daria somente como exemplo, os nomes dos atletas juniores que comigo trabalharam de forma mais profícua, como sejam o Zé Manuel e o João Pedro (seniores na próxima época) e ainda o Fábio que ainda júnior poderá ter uma palavra a dizer já na próxima época no plantel sénior.
Tondela
FDV: O passado recente do Tondela não é muito positivo para os treinadores, pois as entradas e saídas são constantes. Não foi esta mudança um tiro no escuro?
JB: Eu sabia, a esse nível o que me esperava em Tondela, que é um clube gerido de um forma muito sui-generis. No entanto reconheço hoje! que o detinha muito pouco conhecimento do plantel o que conjuntamente com o facto de se disputar uma 1ª fase mais curta hipotecou muito o grande objectivo que era entrar no grupo dos 6 primeiros classificados e assim poder lutar pela subida de divisão
FDV: O que o levou a aceitar esta mudança já com a temporada a decorrer?
JB: O desafio e o apelo ao coração que me foi lançado pelo sr. Gilberto Coimbra, presidente do Clube Desportivo de Tondela ao qual não resisti.
FDV: O Tondela apostava na subida, mas a verdade é que os resultados não eram condizentes com esse objectivo. Qual foi a primeira análise que fez do plantel? Sentiu que tinha condições para alcançar o objectivo por si delineado?
JB: Fui confrontado com um plantel em que já existiam imensas mexidas, na altura haviam passado pelo clube mais de 30 jogadores e dois treinadores, e com muitas carências em alguns sectores também resultado de algumas lesões traumáticas, mas assumi junto do grupo e perante todos (interna e externamente) que tínhamos de ter condições para lutar pelos 6 primeiros classificados, o objectivo pelo qual eu havia decidido ingressar naquela altura no clube.
FDV: Qual o estado anímico em que se encontrava o plantel aquando da sua chegada? O que fez para motivar os jogadores para o que faltava da competição?
JB: O estado anímico era tudo menos famoso tal era a facilidade com que entravam jogadores e treinadores. Cria-se sempre o estigma de procurar saber qual será o próximo... No entanto e resultado de um significativo conhecimento dos atletas da minha pessoa foi com alguma facilidade que passei a mensagem de que o grupo iria entrar em fase de estabilização e com isso ficarmos mais perto de alcançar aquilo a que nos havíamos proposto, tendo sempre presente que somente o alcançar dos objectivos seriam parte do garante de alguma da estabilidade necessária.
FDV: Agora que o campeonato terminou, como analisa o desempenho da equipa, sente que tinha condições para algo mais, ou a manutenção deixou-o plenamente satisfeito?
JB: Fui o primeiro a assumir, no momento em que não entramos no grupo que ia disputar a subida de divisão, que a época do Desportivo de Tondela foi negativa. Porém e agora terminado o campeonato e de forma rigorosa e séria temos de dividir o campeonato em duas partes: a 1ª fase e a fase de manutenção.
Na 1ª fase o clube teve perto de 40 jogadores inscritos e três treinadores e ainda assim lutou até à penúltima jornada, num campeonato mais curto, pelos seis primeiros lugares.
Na 2ª fase, do qual sou o único responsável, o clube em 6 jogos disputados venceu 4, empatou 1 (quiçá no jogo mais conseguido de toda a época) e perdeu de forma muito imerecida um jogo em São João de Ver, tendo sido a única equipa do distrito de Viseu a alcançar os seus objectivos na 2ª fase destes campeonatos nacionais sejam da 2ª ou 3º divisão, vencendo a sua sub-série e com isso garantindo automaticamente a manutenção sem ter de esperar pelas (complicadas contas dos coeficientes). Mais, mesmo tendo somente disputado 6 jogos na fase de manutenção ao contrário dos 10 da fase da promoção, o Desportivo de Tondela acabou a época com a melhor pontuação das equipas da A.F.Viseu (31pontos contra os 30 Académico e os 28 do Social de Lamas)
Assim e em jeito de balanço diria que depois de uma 1ª fase atribulada em que os objectivos não foram alcançados seguiu-se uma 2ª fase em que os resultados e, sobretudo, o nível exibicional da equipa nos deixou, por um lado, imensamente satisfeitos, mas por outro, com a noção de que noutras circunstâncias a 1ª fase poderia ter sido bem diferente...
FDV: Conseguida a manutenção pensava-se que João Bento continuaria no Tondela, mas afinal saiu. Qual a justificação que lhe foi apresentada para a sua saída?
JB: E eu também pensava, sinceramente. Porém, a justificação que me foi dada, e entretanto reassumida pelo presidente da direcção em várias entrevistas que cedeu nos últimos tempos, foi uma clara inversão na política de contratação do técnico principal do clube. Decidiu o clube que as condições passavam por ser um treinador de fora do distrito de Viseu, condição que eu naturalmente não possuo.
FDV: Sendo o Tondela um clube com excelentes infra-estruturas, o que lhe falta para almejar outro objectivos?
JB: O presidente do Desportivo de Tondela sabe, perfeitamente, qual a minha opinião sobre o que falta ao clube para poder desportivamente acompanhar o nível das suas infra-estruturas. Sem me querer alongar muito, por respeito ao clube e ao seu presidente, dir-lhe-ei que tudo se resume a estabilidade e a aprender com os erros cometidos nestas últimas épocas.
FDV: Qual o momento mais marcante(positivo/negativo) desta sua passagem pelo Tondela?
JB: O momento mais marcante, pela positiva, foi claramente o alcançar da manutenção (somente foi fácil para quem estava de fora); quanto ao negativo diria que, de entre vários, a constante instabilidade do grupo de trabalho com o ponto mais alto a ser protagonizado por agressões entre atletas no almoço de um jogo decisivo da 1ª fase (em casa contra o U.Lamas) e no final do último jogo do campeonato em Oliveira do Hospital.
III Divisão Série C
FDV: O quadro competitivo parece desagradar a tudo e todos, qual a sua opinião?
JB: Este é o quadro competitivo que todos os intervenientes no processo deixaram aprovar, sem que nessa altura me tivesse apercebido de grandes manifestações de desagrado. Porém e findo os campeonatos, e até por ainda agora, mais de 1 mês após o términos dos mesmos, se manterem as incertezas quanto a algumas questões de primordial importância, como sejam as descidas de divisão, diria que este campeonato foi uma aberração e que, de forma alguma, premiou as equipas mais regulares da prova.
FDV: Qual a equipa que mais o surpreendeu positiva e negativamente?
JB: Seria fácil dizer que o Oliveira do Hospital, por ter descido de divisão me surpreendeu negativamente. Porém pelo conhecimento que tenho do clube a surpresa foi algo amenizada, pelo que devo dizer que a descida do Social de Lamas a consumar-se (como me parece evidente) é a grande decepção do campeonato tendo em linha de conta o valor do seu plantel. Positivamente e apesar do enorme investimento que fez, mormente no mercado de Dezembro, o Arouca como campeão deste campeonato, para mais vindo do distrital na época transacta, merece ser considerado como a grande equipa da época.
FDV: Como analisa o desempenho das restantes equipas do nosso distrito?
JB: Do social de Lamas já me referi, quando ao Académico de Viseu direi que mesmo não tendo feito uma 1ª fase de grande regularidade acabou por, meritoriamente, alcançar uma posição que lhe permitiu lutar pela subida de divisão. A 2ª fase foi, na minha perspectiva e assistindo por fora, má demais para ser verdade. Não tenho dúvidas que, apesar de tudo o que se falou, nomeadamente o peso das 5 equipas da A.F.Aveiro envolvidas, o Académico tinha mais que condições para alcançar um nível exibicional e pontual bem diferente daquele que apresentou nessa fase da promoção.
FDV: De todos os jogadores que viu jogar, pensa que algum poderá dar um salto para uma das divisões profissionais do nosso futebol? Quem?
JB: A 3ª Divisão está recheada de bons atletas (e treinadores) a quem somente faltarão oportunidades para se afirmarem na alta-roda do nosso futebol. Para não ferir susceptibilidades e para não correr o risco de me esquecer de alguém não irei pronunciar nenhum atleta especificamente.
Futebol do nosso Distrito
FDV: Esta não foi uma época muito positiva para os clubes de Viseu nos Nacionais. O que falta ao nosso futebol para que os clubes possam pensar noutros objectivos?
JB: Na minha perspectiva falta fundamentalmente organização que possa conduzir a alguma estabilidade nas pessoas que de forma séria e profissional trabalham nos clubes, nomeadamente os seus técnicos. Neste momento começamos a ter infra-estruturas do melhor que há no nosso futebol, temos garantidamente dos melhores técnicos do país (daí o meu espanto e preocupação pela moda de ir buscar treinadores fora do distrito, quando nós sempre que vamos a cursos nacionais somos unanimemente considerados dos melhores do país) e atletas de reconhecida qualidade. Quando é permitido que todos estes elementos trabalhem com alguma estabilidade, vide exemplo do Penalva do Castelo, os resultados desportivos aparecem naturalmente.
Treinador
FDV: Qual o treinador com que mais se identifica?
JB: Vários. De José Mourinho a Ulisses Morais ou Daniel Ramos com quem tive o enorme privilégio de contactar no curso de 3º nível Uefa Advanced.
FDV: Se tivesse ficado no Tondela João Bento, teria apostado em algum jogador das distritais ou dos escalões de formação, ou não existem jogadores com qualidade para dar esse salto?
JB: Para mim os atletas não têm idade nem proveniência. Têm (ou não...) qualidade. Como esperava poder ter o privilégio de iniciar a época num clube dos nacionais, assumo que já havia elaborado uma lista de atletas oriundos dos campeonatos distritais e dos escalões de formação da nossa região a quem reconheço potencial para poder disputar campeonatos de outra dimensão.
FDV: Acompanha com regularidade jogos das camadas jovens? Como faz esse recrutamento?
JB: Não tendo muita disponibilidade de tempo para fazer esse acompanhamento, em virtude da minha actividade profissional e de ter um filho com pouco mais de 2 anos que somente ao sábado pode usufruir do pai (pois nos restantes dias o pai trabalha na escola e tem treinos saindo de casa às 8h e chegando sempre depois das 2h), socorro-me dos amigos treinadores que trabalhando com as equipas da formação me vão fornecendo informações dos seus atletas e dos seus adversários mais significativos.
FDV: Qual o momento mais marcante da sua carreira como treinador?
JB: Facilmente diria o título de campeão distrital pelo Tondela e as duas taças de sócios de mérito conquistadas. Porém tenho de realçar outras conquistas quiçá mais difíceis mas menos mediáticas como sejam a manutenção do Santacombadense no nacional de iniciados e na 3ª divisão nacional (discutida num jogo em Fornos de Algodres em que o empate garantia a manutenção da equipa da casa e em que só a vitória nos garantia a manutenção acabando por vencer por 3-1); o 2º lugar no Sampedrense (pela 1ª vez o 2º classificado da AF Viseu não subiu à 3ª divisão nacional) e esta última manutenção do CD Tondela atendendo ao grupo de trabalho e à forma como este campeonato se desenrolou.
No entanto e como costumo dizer aos meus atletas que o meu grande orgulho é o facto de em TODOS os clubes por onde passei e no tempo em que por lá passei os compromissos assumidos pelas direcções desses clubes foram sempre escrupulosamente cumpridos e também aí eu tenho a certeza que nós técnicos temos um papel fundamental!
Futuro
FDV: Terminada mais uma época, qual será o futuro de João Bento?
JB: Infelizmente e resultado da ausência de convites o futuro passa por continuar à espera que alguém se lembre de mim e que queira contar com os meus préstimos, sendo mais que certo que não deixarei de me manter actualizado, seguindo muito de perto aquilo que vai sendo feito por técnicos amigos do futebol nacional, como seja, acompanhando pré-épocas de alguns clubes da 1ª liga, nomeadamente a Académica de Coimbra e a Naval 1º de Maio, treinadas por 2 colegas e amigos do curso de 3º nível, Domingos Paciência e Ulisses Morais, respectivamente.
Para finalizar pedíamos a João Bento para elaborar o onze dos jogadores por si treinados.
JB: Para o fim a pergunta mais difícil desta entrevista pela certeza da injustiça da escolha e da probabilidade de esquecimento de alguns. Assim e pedindo desculpa a todos os outros fantásticos atletas com quem tive o privilégio de trabalhar não referidos, escolherei o onze tendo em conta o seu desempenho na época em que comigo trabalharam indicando os clubes que representaram comigo, sendo que por razões óbvias não incluirei nenhum atleta que pertenceu ao CD Tondela na época passada:
Tó Oliveira (Sampedrense); Paulito (Santacombadense), Élio (Sátão), Rúben (Santacombadense), Faria (Mangualde); Quim (Sátão), Paulo Alves (FC Oliveira Hospital); Luis Carlos (Santacombadense); Miguelli (Sátão e Tondela); Michel (Tondela) e Rodrigo (Sátão)
O Futebol Distrito de Viseu agradece a disponibilidade de João Bento, e aproveita para desejar felicidades.
Fotos: Jornal "O Golo"
Nome completo: João Paulo Bento Ferreira
Data de Nascimento: 01 de Outubro de 1972
Naturalidade: Viseu
Clube favorito: S.L. Benfica
Jogor(es) preferidos: Manuel Bento
Táctica que mais gosta: A que melhor potencia a qualidade individual dos jogadores
Historial:
Jogador:
Como jogador representei o Clube de Futebol "Os Repesenses" em toda a
minha formação depois de ter sido campeão distrital nos infantis(então disputado num campeonato organizado pela DGD) pelo
Gumirães e representado a selecção de Viseu no extinto projecto
Nordeste.
Como sénior representei a Associação "Os Vouzelenses", o
G.D.C.R. Canas de Senhorim (somente a pré-época), e U.D. Sampedrense.
Treinador:
1995/96- U.D. Sampedrense (treinador adjunto na 1ª distrital) e GDCR
Paradinha (treinador Juvenis)- Subida à 3º Divisão Nacional
1996/97- U.D. Sampedrense (treinador adjunto na 3ª divisão nacional) e
GDCR Paradinha (treinador Juvenis)
1997/98- GDCRS Lamas (Adjunto) e GD Santacombadense (treinador no
nacional de Iniciados)- Manuntenção no nacional de Iniciados
1998/99- UD Sampedrense (treinador principal 1ª divisão distrital)
1999/2000 e 2000/01- GD Santacombadense (treinador principal 1ª
divisão distrital) - vencedor taça sócios de mérito A.F. Viseu
2001/2002- UD Sampedrense (treinador principal 1ª divisão distrital)-
2º classificado e vencedor da taça sócios de mérito da A.F. Viseu
2002/2003- UD Sampedrense (treinador principal 1ª divisão distrital) e
AD Sátão (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª
divisão nacional
2003/04- AD Sátão e GD Santacombadense (treinador principal 3ªdivisão
nacional)- Manutenção na 3ª divisão nacional
2004/05- GD Mangualde e CD Tondela (treinador principal 1ª divisão
distrital)- Campeão Distrital da AF VIseu e Vencedor da taça sócios de
mérito da AF Viseu
2005/2006- CD Tondela- (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª Divisão Nacional
2006/2007- UD Seia (entretanto desistiu da participação no campeonato)
e FC Oliveira do Hospital - (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª Divisão Nacional.
2007/08- GD Mangualde e CD Tondela - (treinador principal 3ªdivisão nacional)- Manutenção na 3ª Divisão Nacional
Mangualde
Futebol Distrito de Viseu: Tal como em 2004/05 também esta época esteve pouco em Mangualde e curiosamente para sair novamente para o Tondela? Como foi gerido todo este processo e como ficou a sua relação com o Mangualde?
João Bento: Foram dois processos distintos. Na época 2004/05 depois de 15 dias à frente do Desportivo de Mangualde, convidado para tentar relançar o clube na rota da subida de divisão, fui dispensado pelo então presidente sr. Norberto Albuquerque, por não ter confirmado as condições que me haviam sido inicialmente propostas e por o clube abdicar de lutar pelos lugares cimeiros da classificação geral tendo não só saído eu do clube como tendo sido dada liberdade a todos os atletas para procurarem novo clube, o que alguns acabaram por fazer.
Nesta época de 2007/08 depois do honroso convite que recebi do prof. Ricardo, presidente do Desportivo e do eng. Patrício presidente da Assembleia Geral do mesmo clube, estive cerca de 1 mês à frente do clube, conseguindo uma das grandes vitórias da minha carreira desportiva que foi colocar em plano de entendimento os atletas e a direcção num aspecto meramente burocrático mas que quase colocava em causa, naquele momento, o futuro imediato do clube, mas não cedi, depois de confrontar o prof. Ricardo, o eng. Patrício e o sr. Manuel Cadete, ao convite que me foi feito pelo presidente do Tondela, sr. Gilberto Coimbra, que apelando ao meu coração acabou por me fazer mudar para o Desportivo de Tondela.
Com as pessoas que referi e com os atletas, pela lisura, seriedade e abertura que demonstrei em todo este processo, estou certo que a minha relação acabou por sair mais fortalecida do que quando entrei pois lidei com todas essas pessoas (fantásticas!!!) durante 1 mês maravilhoso!
FDV: Após estas duas saídas, sente que tem condições para no futuro representar o Grupo Desportivo de Mangualde como treinador da equipa sénior? Sente que poderá ser bem recebido pelos adeptos?
JB: Os adeptos no Desportivo de Mangualde e em qualquer outro clube querem o melhor para a sua colectividade. Não tendo dúvidas que numa determinada facção poderá haver alguns ressentimentos, somente me preocupei e preocupo em defender a minha imagem perante aqueles que directamente lidam comigo: directores , equipa médica e jogadores. Com esses, estou certo!, sinto que tenho todas as condições para, quando eles o entenderem, voltar a ter o enorme privilégio de ser o treinador sénior do Desportivo de Mangualde
FDV: Continuando liga à formação do GDM como viu a época desportiva dos escalões de formação? Existem valores para singrar nos seniores e até noutros clubes dos Nacionais?
JB: Não tendo qualquer intervenção directa nos escalões de formação do clube, acompanhei com muita atenção a época desportiva dos escalões de formação do Desportivo e garanto que já no imediato o clube pode formar atletas e Homens com capacidade para singrar ao mais alto nível (distrital e nacional) do nosso futebol, não só pela qualidade das instalações e do projecto do clube, mas também pela imensa qualidade dos técnicos que se encontram no comando destes atletas que fizeram, ganhando ou não os seus campeonatos, um trabalho fabuloso.
Daria somente como exemplo, os nomes dos atletas juniores que comigo trabalharam de forma mais profícua, como sejam o Zé Manuel e o João Pedro (seniores na próxima época) e ainda o Fábio que ainda júnior poderá ter uma palavra a dizer já na próxima época no plantel sénior.
Tondela
FDV: O passado recente do Tondela não é muito positivo para os treinadores, pois as entradas e saídas são constantes. Não foi esta mudança um tiro no escuro?
JB: Eu sabia, a esse nível o que me esperava em Tondela, que é um clube gerido de um forma muito sui-generis. No entanto reconheço hoje! que o detinha muito pouco conhecimento do plantel o que conjuntamente com o facto de se disputar uma 1ª fase mais curta hipotecou muito o grande objectivo que era entrar no grupo dos 6 primeiros classificados e assim poder lutar pela subida de divisão
FDV: O que o levou a aceitar esta mudança já com a temporada a decorrer?
JB: O desafio e o apelo ao coração que me foi lançado pelo sr. Gilberto Coimbra, presidente do Clube Desportivo de Tondela ao qual não resisti.
FDV: O Tondela apostava na subida, mas a verdade é que os resultados não eram condizentes com esse objectivo. Qual foi a primeira análise que fez do plantel? Sentiu que tinha condições para alcançar o objectivo por si delineado?
JB: Fui confrontado com um plantel em que já existiam imensas mexidas, na altura haviam passado pelo clube mais de 30 jogadores e dois treinadores, e com muitas carências em alguns sectores também resultado de algumas lesões traumáticas, mas assumi junto do grupo e perante todos (interna e externamente) que tínhamos de ter condições para lutar pelos 6 primeiros classificados, o objectivo pelo qual eu havia decidido ingressar naquela altura no clube.
FDV: Qual o estado anímico em que se encontrava o plantel aquando da sua chegada? O que fez para motivar os jogadores para o que faltava da competição?
JB: O estado anímico era tudo menos famoso tal era a facilidade com que entravam jogadores e treinadores. Cria-se sempre o estigma de procurar saber qual será o próximo... No entanto e resultado de um significativo conhecimento dos atletas da minha pessoa foi com alguma facilidade que passei a mensagem de que o grupo iria entrar em fase de estabilização e com isso ficarmos mais perto de alcançar aquilo a que nos havíamos proposto, tendo sempre presente que somente o alcançar dos objectivos seriam parte do garante de alguma da estabilidade necessária.
FDV: Agora que o campeonato terminou, como analisa o desempenho da equipa, sente que tinha condições para algo mais, ou a manutenção deixou-o plenamente satisfeito?
JB: Fui o primeiro a assumir, no momento em que não entramos no grupo que ia disputar a subida de divisão, que a época do Desportivo de Tondela foi negativa. Porém e agora terminado o campeonato e de forma rigorosa e séria temos de dividir o campeonato em duas partes: a 1ª fase e a fase de manutenção.
Na 1ª fase o clube teve perto de 40 jogadores inscritos e três treinadores e ainda assim lutou até à penúltima jornada, num campeonato mais curto, pelos seis primeiros lugares.
Na 2ª fase, do qual sou o único responsável, o clube em 6 jogos disputados venceu 4, empatou 1 (quiçá no jogo mais conseguido de toda a época) e perdeu de forma muito imerecida um jogo em São João de Ver, tendo sido a única equipa do distrito de Viseu a alcançar os seus objectivos na 2ª fase destes campeonatos nacionais sejam da 2ª ou 3º divisão, vencendo a sua sub-série e com isso garantindo automaticamente a manutenção sem ter de esperar pelas (complicadas contas dos coeficientes). Mais, mesmo tendo somente disputado 6 jogos na fase de manutenção ao contrário dos 10 da fase da promoção, o Desportivo de Tondela acabou a época com a melhor pontuação das equipas da A.F.Viseu (31pontos contra os 30 Académico e os 28 do Social de Lamas)
Assim e em jeito de balanço diria que depois de uma 1ª fase atribulada em que os objectivos não foram alcançados seguiu-se uma 2ª fase em que os resultados e, sobretudo, o nível exibicional da equipa nos deixou, por um lado, imensamente satisfeitos, mas por outro, com a noção de que noutras circunstâncias a 1ª fase poderia ter sido bem diferente...
FDV: Conseguida a manutenção pensava-se que João Bento continuaria no Tondela, mas afinal saiu. Qual a justificação que lhe foi apresentada para a sua saída?
JB: E eu também pensava, sinceramente. Porém, a justificação que me foi dada, e entretanto reassumida pelo presidente da direcção em várias entrevistas que cedeu nos últimos tempos, foi uma clara inversão na política de contratação do técnico principal do clube. Decidiu o clube que as condições passavam por ser um treinador de fora do distrito de Viseu, condição que eu naturalmente não possuo.
FDV: Sendo o Tondela um clube com excelentes infra-estruturas, o que lhe falta para almejar outro objectivos?
JB: O presidente do Desportivo de Tondela sabe, perfeitamente, qual a minha opinião sobre o que falta ao clube para poder desportivamente acompanhar o nível das suas infra-estruturas. Sem me querer alongar muito, por respeito ao clube e ao seu presidente, dir-lhe-ei que tudo se resume a estabilidade e a aprender com os erros cometidos nestas últimas épocas.
FDV: Qual o momento mais marcante(positivo/negativo) desta sua passagem pelo Tondela?
JB: O momento mais marcante, pela positiva, foi claramente o alcançar da manutenção (somente foi fácil para quem estava de fora); quanto ao negativo diria que, de entre vários, a constante instabilidade do grupo de trabalho com o ponto mais alto a ser protagonizado por agressões entre atletas no almoço de um jogo decisivo da 1ª fase (em casa contra o U.Lamas) e no final do último jogo do campeonato em Oliveira do Hospital.
III Divisão Série C
FDV: O quadro competitivo parece desagradar a tudo e todos, qual a sua opinião?
JB: Este é o quadro competitivo que todos os intervenientes no processo deixaram aprovar, sem que nessa altura me tivesse apercebido de grandes manifestações de desagrado. Porém e findo os campeonatos, e até por ainda agora, mais de 1 mês após o términos dos mesmos, se manterem as incertezas quanto a algumas questões de primordial importância, como sejam as descidas de divisão, diria que este campeonato foi uma aberração e que, de forma alguma, premiou as equipas mais regulares da prova.
FDV: Qual a equipa que mais o surpreendeu positiva e negativamente?
JB: Seria fácil dizer que o Oliveira do Hospital, por ter descido de divisão me surpreendeu negativamente. Porém pelo conhecimento que tenho do clube a surpresa foi algo amenizada, pelo que devo dizer que a descida do Social de Lamas a consumar-se (como me parece evidente) é a grande decepção do campeonato tendo em linha de conta o valor do seu plantel. Positivamente e apesar do enorme investimento que fez, mormente no mercado de Dezembro, o Arouca como campeão deste campeonato, para mais vindo do distrital na época transacta, merece ser considerado como a grande equipa da época.
FDV: Como analisa o desempenho das restantes equipas do nosso distrito?
JB: Do social de Lamas já me referi, quando ao Académico de Viseu direi que mesmo não tendo feito uma 1ª fase de grande regularidade acabou por, meritoriamente, alcançar uma posição que lhe permitiu lutar pela subida de divisão. A 2ª fase foi, na minha perspectiva e assistindo por fora, má demais para ser verdade. Não tenho dúvidas que, apesar de tudo o que se falou, nomeadamente o peso das 5 equipas da A.F.Aveiro envolvidas, o Académico tinha mais que condições para alcançar um nível exibicional e pontual bem diferente daquele que apresentou nessa fase da promoção.
FDV: De todos os jogadores que viu jogar, pensa que algum poderá dar um salto para uma das divisões profissionais do nosso futebol? Quem?
JB: A 3ª Divisão está recheada de bons atletas (e treinadores) a quem somente faltarão oportunidades para se afirmarem na alta-roda do nosso futebol. Para não ferir susceptibilidades e para não correr o risco de me esquecer de alguém não irei pronunciar nenhum atleta especificamente.
Futebol do nosso Distrito
FDV: Esta não foi uma época muito positiva para os clubes de Viseu nos Nacionais. O que falta ao nosso futebol para que os clubes possam pensar noutros objectivos?
JB: Na minha perspectiva falta fundamentalmente organização que possa conduzir a alguma estabilidade nas pessoas que de forma séria e profissional trabalham nos clubes, nomeadamente os seus técnicos. Neste momento começamos a ter infra-estruturas do melhor que há no nosso futebol, temos garantidamente dos melhores técnicos do país (daí o meu espanto e preocupação pela moda de ir buscar treinadores fora do distrito, quando nós sempre que vamos a cursos nacionais somos unanimemente considerados dos melhores do país) e atletas de reconhecida qualidade. Quando é permitido que todos estes elementos trabalhem com alguma estabilidade, vide exemplo do Penalva do Castelo, os resultados desportivos aparecem naturalmente.
Treinador
FDV: Qual o treinador com que mais se identifica?
JB: Vários. De José Mourinho a Ulisses Morais ou Daniel Ramos com quem tive o enorme privilégio de contactar no curso de 3º nível Uefa Advanced.
FDV: Se tivesse ficado no Tondela João Bento, teria apostado em algum jogador das distritais ou dos escalões de formação, ou não existem jogadores com qualidade para dar esse salto?
JB: Para mim os atletas não têm idade nem proveniência. Têm (ou não...) qualidade. Como esperava poder ter o privilégio de iniciar a época num clube dos nacionais, assumo que já havia elaborado uma lista de atletas oriundos dos campeonatos distritais e dos escalões de formação da nossa região a quem reconheço potencial para poder disputar campeonatos de outra dimensão.
FDV: Acompanha com regularidade jogos das camadas jovens? Como faz esse recrutamento?
JB: Não tendo muita disponibilidade de tempo para fazer esse acompanhamento, em virtude da minha actividade profissional e de ter um filho com pouco mais de 2 anos que somente ao sábado pode usufruir do pai (pois nos restantes dias o pai trabalha na escola e tem treinos saindo de casa às 8h e chegando sempre depois das 2h), socorro-me dos amigos treinadores que trabalhando com as equipas da formação me vão fornecendo informações dos seus atletas e dos seus adversários mais significativos.
FDV: Qual o momento mais marcante da sua carreira como treinador?
JB: Facilmente diria o título de campeão distrital pelo Tondela e as duas taças de sócios de mérito conquistadas. Porém tenho de realçar outras conquistas quiçá mais difíceis mas menos mediáticas como sejam a manutenção do Santacombadense no nacional de iniciados e na 3ª divisão nacional (discutida num jogo em Fornos de Algodres em que o empate garantia a manutenção da equipa da casa e em que só a vitória nos garantia a manutenção acabando por vencer por 3-1); o 2º lugar no Sampedrense (pela 1ª vez o 2º classificado da AF Viseu não subiu à 3ª divisão nacional) e esta última manutenção do CD Tondela atendendo ao grupo de trabalho e à forma como este campeonato se desenrolou.
No entanto e como costumo dizer aos meus atletas que o meu grande orgulho é o facto de em TODOS os clubes por onde passei e no tempo em que por lá passei os compromissos assumidos pelas direcções desses clubes foram sempre escrupulosamente cumpridos e também aí eu tenho a certeza que nós técnicos temos um papel fundamental!
Futuro
FDV: Terminada mais uma época, qual será o futuro de João Bento?
JB: Infelizmente e resultado da ausência de convites o futuro passa por continuar à espera que alguém se lembre de mim e que queira contar com os meus préstimos, sendo mais que certo que não deixarei de me manter actualizado, seguindo muito de perto aquilo que vai sendo feito por técnicos amigos do futebol nacional, como seja, acompanhando pré-épocas de alguns clubes da 1ª liga, nomeadamente a Académica de Coimbra e a Naval 1º de Maio, treinadas por 2 colegas e amigos do curso de 3º nível, Domingos Paciência e Ulisses Morais, respectivamente.
Para finalizar pedíamos a João Bento para elaborar o onze dos jogadores por si treinados.
JB: Para o fim a pergunta mais difícil desta entrevista pela certeza da injustiça da escolha e da probabilidade de esquecimento de alguns. Assim e pedindo desculpa a todos os outros fantásticos atletas com quem tive o privilégio de trabalhar não referidos, escolherei o onze tendo em conta o seu desempenho na época em que comigo trabalharam indicando os clubes que representaram comigo, sendo que por razões óbvias não incluirei nenhum atleta que pertenceu ao CD Tondela na época passada:
Tó Oliveira (Sampedrense); Paulito (Santacombadense), Élio (Sátão), Rúben (Santacombadense), Faria (Mangualde); Quim (Sátão), Paulo Alves (FC Oliveira Hospital); Luis Carlos (Santacombadense); Miguelli (Sátão e Tondela); Michel (Tondela) e Rodrigo (Sátão)
O Futebol Distrito de Viseu agradece a disponibilidade de João Bento, e aproveita para desejar felicidades.
Fotos: Jornal "O Golo"
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