terça-feira, janeiro 06, 2009

Alegada corrupção na AF Viseu em "banho maria"

A Associação de Futebol de Viseu aguarda desenvolvimentos judiciais para concluir o processo de inquérito ao alegado caso de corrupção que envolve árbitros seus e dirigentes do Sporting Clube de Lamego, detidos em 2008, admitiu segunda-feira o seu presidente.

"O caso ainda está no Ministério Público, em segredo de justiça", disse à Agência Lusa o presidente da Associação de Futebol de Viseu (AFV), José Alberto Ferreira.

Após denúncia da própria AFV, a PSP de Viseu deteve em meados de Novembro de 2008 dois árbitros de futebol e dois dirigentes do Sporting Clube de Lamego, que foram surpreendidos a acertar a interferência dos árbitros a favor do lamego, a troco de dinheiro.

Todos ficaram em liberdade a aguardar julgamento, obrigados a termo de identidade e residência, mas foram imediatamente suspensos das funções que desempenhavam.

Segundo José Alberto Ferreira, a AFV instaurou e desenvolveu um processo de inquérito ao caso e "já foram ouvidos todos os intervenientes".

"Não avançamos mais porque estamos a andar um pouco ao ritmo da justiça", acrescentou, explicando que, apesar de a AFV poder tomar uma decisão independentemente da que vier a ser adoptada pela justiça, os advogados aconselharam a "aguardar os desenvolvimentos a nível judicial".

O facto de o caso ainda se encontrar no MP prende-se, segundo o dirigente, com "o facto de os valores envolvidos serem diminutos".

Ao nível desportivo, no que respeita aos dois árbitros da AFV, José Cunha e Fernando Dias, a pena pode ir da suspensão até à irradiação da arbitragem, explicou.

"Podem também vir a ser aplicadas medidas desportivas ao clube. Depende de se verificar se os dirigentes actuavam por conta própria ou com conhecimento do clube", acrescentou.

Na altura das detenções, o presidente do Sporting Clube de Lamego, Amândio Fonseca, garantiu à Lusa que o clube "não está envolvido" no alegado caso de corrupção e manifestou confiança na conduta dos dirigentes Rodrigo Guedes e Jerónimo Medeiros.

Amândio Fonseca disse acreditar na versão de que Jerónimo Medeiros tinha vendido peças de carro usadas a Fernando Dias e que este estava na altura a efectuar o pagamento, tendo Rodrigo Guedes dirigido o carro em que se deslocaram ao local.

In Jornal Record

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