Acha o Mortágua um justo vencedor do campeonato?
Parece-me que sim. Se
olhar-mos às últimas cinco épocas verificamos que o primeiro classificado, este
ano, acabou com mais 8, 9/10 pontos. Talvez tenha contribuído muito para isso o
facto dos últimos classificados terem conseguido menos pontos do que o
habitual. O 12º classificado, nas quatro épocas anteriores tinha conseguido
sempre 37 pontos. Nesta época o Fornelos (12º) conseguiu apenas 27 pontos. Em
qualquer uma das épocas anteriores teria descido de divisão.
Mas números são
números e o Mortágua foi o campeão, das últimas épocas, com maior número de
pontos conquistados. Não acompanhei, de perto, o Mortágua mas pelos seus
resultados, mostrou-se realmente acima de todos os seus adversários e em
campeonatos, normalmente, a melhor equipa acaba por ser campeã, ou pelo menos a
equipa mais regular, uma vez que se trata de uma competição longa onde a margem
de erro é grande.
O que correu menos bem ao longo da temporada?
Não é normal os
últimos classificados conseguirem um número tão reduzido de pontos. Apesar
disso a competitividade foi grande, pelo que acabou por ser uma época muito
interessante de ser seguida.
Ao longo da época qual foi o principal problema que afetava os clubes?
Parece-me que o
problema maior dos clubes continua a ser o seu financiamento. Agravado pela conjuntura
económica do nosso país.
Qual a sua expetativa quanto á próxima época?
Com a Subida de
Vouzela, Sernancelhe e Mangualde a divisão de honra ganha maior qualidade. São
três históricos do nosso distrito. Quer Mangualde, quer Vouzela ainda
recentemente estiveram nos campeonatos nacionais. Será uma competição ainda
mais competitiva do que a que agora acaba, apesar de se agravar, ainda mais, o
problema de financiamento dos clubes.
O que acha que deveria melhorar para a próxima época?
De alguns anos a esta
parte a diminuição do número de equipas deverá ser o maior problema para os
responsáveis da AF Viseu. Julgo que a organização dos nossos campeonatos
poderia ser repensada e procurar formas de tornar os campeonatos com maior
interesse competitivo para os adeptos das várias equipas. Uma sugestão seria a
possibilidade de se aumentar o número de jogos entre equipas próximas
geograficamente.
Em relação a possíveis desistências, face às dificuldades dos clubes, acha
que poderão ser em grande número?
Tem sido uma questão
frequentemente colocada no fim dos campeonatos. São muitos os constrangimentos
vividos pelos clubes e as dificuldades aumentam em tempos de crise. É bem
provável que, também este ano, existam desistências. Não me atrevo a fazer
prognósticos. Espero e desejo que sejam em número reduzido.
Como classifica as atuações das arbitragens ao longo da época?
Com a diminuição do
número de jogos por fim de semana, devido à diminuição do número de equipas nas
nossas competições a exigência aumentou. Pelo que acabou por existir uma
seleção também entre os árbitros para os vários jogos.
De um modo geral a época acaba de forma positiva ou negativa?
Se com as
desistências de muitas equipas e o grande número de subidas, que se verificou
da época anterior para esta que agora acaba, se poderia esperar um nível mais
fraco da competição, isso não se verificou. Acabou por existir uma prova muito
competitiva, pelo que podemos afirmar que a época acabou de forma positiva,
tendo dignificado todos os intervenientes.
Saudações
desportivas,
Toni
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