Um golo de Carlos Santos ao cair do pano deixou o "mediático" Arouca de Jorge Gabriel em polvorosa, com o trio de arbitragem a abandonar o relvado sob escolta da GNR.
A contestação ao trabalho do árbitro do Porto estendeu-se à bancada, com o trio portuense a ficar durante algum tempo no relvado, à espera do melhor momento para entrar no túnel de acesso aos balneários escoltado por elementos das forças de segurança, com o presidente do Arouca muito exaltado. Nem o mediático Jorge Gabriel, incansável a tentar serenar os ânimos, valeu para impedir alguns encontrões no acesso à cabine dos juízes.
Quanto ao jogo, a vitória dos viseenses caiu do céu, com alguma dose de sorte, como reconheceu Idalino de Almeida no final da partida, mas a verdade é que, bem vistas as coisas, foi a equipa que mais e melhores ocasiões de golo criou. Filipe Figueiredo esteve em destaque na recta final do encontro. Primeiro arrancou um pontapé que a trave da baliza contrária devolveu, depois "cavou" o livre que permitiu ao capitão do Académico obter o golo que ditou a vitória no jogo e os três pontos, que relançam a turma academista no campeonato, que ainda está no início.
Académico aprendeu com alguns erros
Em relação à partida de há oito dias em Milheirós de Poiares, Idalino de Almeida apenas trocou João Miguel por Negrete, que regressou após castigo de um jogo, o que obrigou Calico a jogar no lado direito da defesa. A troca não deve ter deixado Idalino de Almeida satisfeito, pois o adaptado lateral direito sentiu naturais dificuldades ao lugar, facto pouco aproveitado pela turma de Arouca.
O Académico de Viseu até entrou bem no jogo, parecendo querer repetir a exibição da primeira parte de Milheirós, mas foi sol de pouca dura. A equipa pareceu algo insegura e pouco confortável quando o adversário apostava na velocidade que, diga-se, também não teve muitas vezes.
Valério foi quem executou o primeiro remate à baliza, mas foi Manuel Fernandes quem teve que se aplicar aos quatro minutos, negando o golo a Pina, após ter tido espaço de remate na cabeça da área.
O jogo entrou numa fase de equilíbrio, que durou até ao intervalo, altura em que o nulo se aceitava, tendo em conta a produção dos dois conjuntos e as oportunidades criadas.
Santos fechou da melhor maneira o jogo
O segundo tempo foi mais "agitado", com a bola a rondar as balizas com mais perigo. Aos 10 minutos os locais estiveram próximo do golo, negado por Megane em cima da linha, com Manuel Fernandes a ter que se aplicar quatro minutos depois, quando Toninho lhe apareceu isolado.
O jogo estava aberto e, tal como no primeiro tempo, após o primeiro quarto de hora, voltou a uma fase de menor fulgor, repartido, com as duas equipas a tentarem explorar o erro contrário. Pelo meio a expulsão de Zé Bastos, que acabou por ter o efeito contrário ao que seria de esperar, pois a equipa arregaçou as mangas e uniu-se em busca de um golo.
Jorge Gabriel era um técnico resignado no final da partida
A entrada de Filipe Figueiredo deu mais velocidade ao ataque academista, mas a verdade é que a bola nunca chegou jogável ao número 21. Este, porém, foi acreditando e depois de ter atirado uma bola ao travessão, acabou por "cavar" o livre que permitiu a Carlos Santos obter o único golo do encontro, quando este estava nos instantes finais.
Uma vitória com a estrelinha da sorte, que andou arredada noutros encontros, mas que eleva os níveis morais de uma equipa que necessitava de um triunfo, mesmo arrancado a ferros.
Quanto ao trio de arbitragem teve uma tarde difícil e acabou por sentir em demasia o ambiente criado nas bancadas, com cerca de duas mil e quinhentas pessoas a assistirem ao encontro, uma nota que merece destaque.
A verdade é que errou várias vezes e para os dois lados, mas não foi assim tão mau quanto os dirigentes e técnicos locais quiseram fazer crer.
Ficha de Jogo:
Arouca 0
- Jaime, Steven, Ricardo, Hugo Xavier, Fernando, Daniel, Filipe, Capela, Toninho, Pina, William
Substituições: Capela por Hélder Silva (45m), Hugo Xavier por Carlos Daniel (45m) e Ricardo por Tiago (62m)
Suplentes não utilizados: Apolo, Giuntini, Filipito e Nuno
Treinador: Jorge Gabriel
Ac. Viseu 1
- Manuel Fernandes, Calico, Marcos, Negrete, Megane, Beaud, Álvaro, Cardoso, Valério, Eduardo e Zé Bastos.
Substituições: Valério por Filipe Figueiredo (56m), Cardoso por Santos (68m) e Álvaro por Barra (80m)
Suplentes não utilizados: João Sampaio, Lopes, Zé Pedro
Treinador: Idalino de Almeida
Jogo no Complexo Desportivo de Arouca
Assistência: Cerca de 2500 espectadores
Árbitro: Marco Cruz, do CA do Porto
Auxiliares: Nélson Rocha e Fernando Ferreira
Ao intervalo: 0-0
Marcador: Santos (90m)
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Daniel (22m), Calico (35m), Zé Bastos (38m), Negrete (86m), Fernando (89m), Jaime (90m) e Manuel Fernandes (90m). Cartão vermelho para Bastos (60m).
José Luís Araújo
In Diário de Viseu
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